Todos os municípios do Amazonas decretam situação de emergência
05/09/2024
Comunidades ribeirinhas estão isoladas com problemas de abastecimento de produtos e de água potável. Todos os municípios do Amazonas decretam situação de emergência
Reprodução/TV Globo
Neste 5 de setembro, Dia da Amazônia, o Jornal Nacional trouxe relatos e imagens extremamente preocupantes. O fogo e a seca histórica puseram todos os municípios do Amazonas em situação de emergência.
Imagens como essa são cada vez mais comuns no Amazonas. Bancos de areia tomam o espaço das águas nos rios que cortam o estado. Comunidades ribeirinhas estão isoladas com problemas de abastecimento de produtos e de água potável.
Uma escola municipal fica a 40 quilômetros de Manaus. Os igarapés que dão acesso ao rio Amazonas secaram e muitos alunos não conseguem mais chegar porque as embarcações são os únicos meios de transporte.
"Esse ano está um agravante maior da seca e provavelmente a lancha não vai sair semana que vem, ela não saindo a gente não tem como atender os alunos", afirma Rosimar Barros Figueiredo, diretora da escola.
O Marcos leva o filho de sete anos para a escola. É lá que ele consegue água potável para a família. Eles andam a pé por cerca de uma hora até chegar à beira do rio para pegar a lancha escolar.
"Quando fecha seca aqui e seca tudo e não temos condições de vir para a aula, trazer nossos filhos para o colégio, fica difícil", relata Marcos Mendes Pinto, agricultor.
Por causa da seca severa, a Marinha está mapeando os rios do estado.
"Nosso objetivo, o produto final, é uma carta náutica, que é uma espécie de mapa com várias informações e o principal objetivo, é garantir um caminho seguro a navegar."
Nos trechos mais críticos, foi preciso de ir de lancha porque o navio não conseguia mais passar.
Todos os municípios do Amazonas decretam situação de emergência
Reprodução/TV Globo
Para fazer a medição do nível do rio, uma lancha conta com um equipamento chamado ecobatímetro e nesta quarta, em um ponto que fica próximo da foz do rio Madeira, o nível do rio Amazonas está com pouco mais de seis metros de profundidade, cerca de quatro metros a menos em relação ao nível de anos anteriores.
Os dois principais portos de cargas do estado montaram unidades fluviais na região metropolitana de Manaus para receber os navios cargueiros — e evitar o colapso de abastecimento que parou parte das indústrias da Zona Franca no ano passado.
Segundo a Defesa Civil do estado, todos os 62 municípios estão em situação de emergência e 330 mil pessoas sofrem as consequências da seca. No Alto Solimões, que é uma das regiões mais atingidas, o rio Solimões apresenta o menor índice da série histórica.
No sul do Amazonas, o rio Madeira está apenas 53 centímetros a mais da mínima histórica registada em outubro. Em Manaus, o rio Negro desceu um metro nos quatro primeiros dias de setembro.
Todos os municípios do Amazonas decretam situação de emergência
Reprodução/TV Globo
Segundo o governo do Amazonas, a estiagem começou em junho, dois meses antes do previsto. Isso serviu para que as queimadas criminosas tomassem conta da floresta, principalmente no sul do estado.
O mês de agosto e os quatro primeiros dias de setembro registaram mais de 48 mil focos de queimadas, mais que o dobro do mesmo período do ano passado.
Em Rondônia, a capital Porto Velho está coberta pela fumaça das queimadas e o rio Madeira pela primeira vez na história está abaixo de um metro.
A hidrelétrica de Santo Antonio, uma das maiores do país, está operando com apenas 14% da capacidade.
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